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podia ter sido (bem) pior
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Ontem eu já tinha ido me deitar, já tava todo enrolado e tudo apagado, quando a voz que mora na minha cabeça (voz essa que aparece geralmente quando eu já tenho bebido o terceiro copo de bebida alcoólica, mas que não foi esse o caso) falou: -Diego, tenho uma notícia boa pra ti. Tu lembra que pouco antes de fechar a mala tu colocou os teus óculos velhos dentro dela?
Foi a melhor coisa que eu podia ter ouvido ontem depois do ocorrido da lente. Levantei correndo e fui verificar se tinha mesmo feito aquilo que a voz que mora na minha cabeça tinha dito, porque eu não lembrava mesmo desse fato.
Quando eu vi os óculos antigos fiquei feliz pra caralho e foi aí que lembrei do diálogo que tive com a voz que mora na minha cabeça no dia de fazer a mala. Segue a transcrição de um trecho:

(...)
Eu: Será que não tou esquecendo nada?
Voz Que Mora na Minha Cabeça (VQMC): Já olhou a gaveta dos cacarecos? Vai que tem alguma coisa que possa ser útil na viagem.
Eu: Ah, não vou levar cacareco desde aqui.
VQMC: Rapaz, olhe, não custa nada.
Eu: Tá bem...Viu só, não tem nada de muito interessante, só meus óculos velhos e os lápis de cor.
VQMC: Viu só digo eu. Põe na mala.
Eu: Eu não. Pra quê? Já comprei os óculos novos justamente pra não ter que usar os velhos.
VQMC: Sei lá, vai que acontece alguma coisa.
Eu: Tá certo. Uma coisa a mais outra a menos não vai fazer muita diferença no peso da mala.
(...)

Pois bem, 'alguma coisa' aconteceu mesmo.
Não sei o porquê, mas geralmente a VQMC tem tido razão nesses últimos anos (exceto quando ela diz que a 6ª latinha de cerveja já tá suficiente).